quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Seria o budismo uma religião de elite?



Budismo religião da elite – e foi assim que os ensinamentos de Siddharta Gautama chegaram em muitas regiões, pois meditar e estudar ainda é privilégio de alguns mas não de todos.
Nas  massas de humanos ainda tem aqueles que carecem de  higiene, de base, de falta de tudo. Ainda tem seres experienciando a total falta.  Estes dias, me perguntaram se vale a pena estar vivo tendo em vista a descarada má ação do governo de nosso pais e dos “nossos representantes” e do fato da própria população estar solta sem norte, achando errado o certo e certo o errado. Isso não é diferente de outras épocas em outros lugares e cada lugar tem seu tempo de evoluir, na cidade onde moro, que é ao lado de uma metrópole atrasada, as pessoas achavam que um meio de transporte ligando as duas cidades de forma ágil iria gerar só mais transporte e ainda, que não iria funcionar. Resultado: 4000 visitantes por final de semana...e o que se tem a oferecer é nada diferente do que sempre teve. Porque falta consciência.
 Nossa nação ainda raciocina no ganho do hoje e para si, e nem lembra dos próprios filhos. Saindo daqui, um doido no comando, mata um monte de gente com armas químicas e voltando para cá, pessoas somem por homicídio todos os dias por todo país, ninguém sabe e ninguém viu, mas ao invés de nos desesperar,  devemos perguntar porque nós estamos aqui e agora. Muitos detestam estar na Terra, sentem falta “de casa”. Então porque vieram? Simples, ajudar, ou vir para um local condicente com seu próprio grau evolutivo, que talvez fosse incompatível com a “casa” de onde veio. Ou ao contrário, evoluiu muito e só  esta aqui como adaptabilidade para depois ir para um local onde seja uma passo a frente do que se está, mas o fato é que estamos aqui porque é aqui que devemos atuar. E neste contexto cada religião, ou grupo de estudos e caridade, mesmo não religioso, faz sua parte. Aqui no Brasil vai ser difícil o budismo se espalhar  entre a população carente salvo se muito trabalho de caridade for feito. Já temos o Cristo que sofreu, e isso é bem mais próximo da realidade de muitos do que um príncipe que abdicou de seus bens, o que pra muitos é uma total loucura. Mas se mostrarmos o budismo caridade, que é um espiritismo mais antigo, e o é de fato. Não um budismo de adoração a Buda, pois pouco importa o nome de quem adoramos, mas os arquétipos e preceitos que absorvemos, adaptado a nossa realidade, aprendendo, por exemplo, como viver, evoluir,  mudar cada coisa a partir do dentro, a partir de nós e com o altruísmo de ser para o mundo, pois afinal, todas as coisas estão ligadas. Uma crise no Oriente Médio aumenta o valor do tomate no Brasil.
Os ensinamentos do Sr. Buda são como de muitos Mestres, para todos. Compaixão, mudar a si mesmo, e como fazer isso (importante: o budismo nos ensina como fazer a mudança interna), como viver com alegria e construir algo bom mesmo na total miséria como vemos povos da Himalaya ou em regiões como o Butão. Compreender que podemos consumir, que é a realidade mercadológica do momento, mas sem ter necessidade emocional disso e para tanto não precisamos espancar as crianças, fazer uma grande maracutaia para roubar para si quando toda população paga pelo problema, matar por matar e destruir a natureza porque simplesmente não temos nenhuma noção do que esta sente e de sua importância por mais que determinados segmentos da mídia mostrem. Curar a dor interna, a loucura social interna, estes são ensinamentos do budismo que valem ser aprendidos. Mas sem radicalismos, pois não vivemos na época e nem no pais de Siddharta, como não vivemos na época e nem no país de Cristo, podemos e devemos amar uns ao outros como a nós mesmos, podemos e devemos começar por limpar o ego da mente, mas compreender que discriminar gays, negros, mulheres como se fossem algo diferente do que nós mesmos, gente, por exemplo, achar que Deus vai nos amar mais ou menos porque não cortamos os cabelos, ou porque fui para cama com o marido orando para não ter desejo por ele, é como largar até agua encanada, pois na época de Cristo e Buda isso era privilégio de alguns gregos e romanos apenas. A luz está dentro de nós e vamos busca-la. Esta luz traz uma felicidade incomensurável e esta trasborda para tudo e todos. Quanto tempo vai levar???  MIlênios???? Talvez, mas nós vamos e voltamos e se não somos nós serão outros, então comecemos a fazer a manutenção e a atualização de um jardim plantado em milênios de humanidade para sentirmos o aroma das flores e para no futuro não ficarmos sem elas.
A Lótus vem propor praticas, ações e ensinamentos simples, para uma vida simples, pois dentro da correria atual, se complicar ninguém faz e pouquíssimos tem dinheiro para ir ao Nepal meditar, as vezes sequer ir ao centro de praticas budistas, pois não compreende aquele monte de divindades e comportamentos vindos de outras culturas. Nunca vou dizer que o Lótus é a verdade máxima ou o único caminho, pois isso seria puro reflexo do ego e peço que no futuro, nem que seja distante nenhuma pessoa que ensina o Lótus diga tal coisa. São muitas as formas de se chegar a luz, são muitos os caminhos de se comungar com o Buda essencial, ou com o Cristo ou diretamente com Deus, o Lótus é apenas uma deles, simples e amoroso que veio para ajudar. Quem decidir praticar que seja com amor a si e por amor ao todo e este amor transbordará  elevando e qualificando a vibrátil planetária (cósmica até), mesmo para os não praticantes mas que são também nossa família, parte do nosso ser, como somos parte da Terra.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Conselhos Essenciais ao Rei Trisong Detsen - ensinamentos de Padmasambhava

Conselhos Essenciais ao Rei Trisong Detsen

Conselhos Essenciais ao Rei Trisong Detsen

Emaho! Grande rei, por favor me ouça:
Não há essência nos afazeres mundanos.
Ao invés de se revolver infinitamente no ciclo de sofrimentos, de novo e de novo,
Tenha certeza de atingir o reino duradouro do rei Dharmakaya.

Realize a essência dos objetos, a esfera última não-nascida.
Vague na essência do lugar, a solitude nas florestas.
Olhe para a essência dos eremitérios, a natureza última, [a união de] claridade e vacuidade.
Descanse na essência da casa, a natureza inata da mente.
Prepare da essência da cozinha, a natureza inata da mente.
Desenvolva a essência do tesouro, a dupla bodhichitta.
Tenha a essência da riqueza, as duas acumulações.
Esforce-se na essência dos méritos, os dez atos virtuosos.
Tenha a essência da paternidade, compaixão pelos seres.
Sustente a essência da maternidade, a natureza da vacuidade.
Tenha a essência dos filhos, a inseparabilidade dos estágios de desenvolvimento e completude.
Medite sobre a essência da esposa, a claridade, êxtase e não-pensamento.
Olhe para a essência dos amigos, os ensinamentos do sugata [Buddha].
Observe a essência da mandala, a claridade imutável.
Obedeça à essência dos ensinamentos, domar a própria mente.
Veja a essência da Visão, a claridade e vacuidade imutáveis.
Descanse na essência da Meditação, a natureza da mente, como ela é.
Desmanche as delusões dualistas, a essência das Ações.
Realize a essência dos resultados, a perfeição espontânea sem esforços.
Então você será feliz tanto nesta vida quanto na próxima
E rapidamente atingirá o estado búddhico.

Quando a hora chegar, se você seguir meus conselhos, aceite o dharmadhatu como seu país essencial e deixe sua terra natal.
Adira aos retiros nas florestas e lugares remotos como seu lugar de permanência essencial e deixe sua casa para trás.Pratique o dharmata vazio e luminoso como sua meditação essencial e permaneça em reclusão.
Como sua casa essencial, permaneça no dharmadhatu ilimitado.
Como seu conhecimento essencial, mantenha a atenção e a presença da mente e se esforce na prática espiritual.
Como seu tesouro essencial, junte a riqueza dos três kayas na natureza básica da mente iluminada.
Como seu mérito essencial, não deixe seu corpo, fala e mente na ordinariedade, mas sim pratique o Buddhadharma sublime.
Como seu conselho essencial, confie nas palavras do Sugata e de seus lamas.
Como sua paternidade essencial, preste respeito a Samantabhadra, compaixão, e seja bondoso com todos os seres.
Como sua maternidade essencial, preste respeito a Samantabhadri, bondade amorosa, e estime todos os seres como seus próprios filhos.
Como sua esposa essencial, medite sem distração sobre o samadhi da luminosidade e vacuidade, e mantenha companhia constante com ela.
Como sua prole essencial, copie as escrituras dos Sugatas, e escrutine e mantenha seu significado em mente.
Como sua fazenda essencial, cultive o campo da fé e se engaje nas ações que estão em harmonia com o Dharma.
Como seu séqüito essencial, mantenha-se com dakinis e protetores, e os presenteie com oferendas de festa e com tormas.
Como sua comida essencial, coma do néctar não-surgido do dharmata e pratique o samadhi imutável.
Como suas bebidas essenciais, beba do néctar das instruções orais de seu lama e suplique a ele repetidamente.
Como sua roupa essencial, receba as iniciações e os compromissos sagrados e os leve à perfeição.
Como seu entretenimento essencial, engaje-se no samadhi da emanação e absorção e treine na expressão do estado desperto.
Como seu deleite essencial, pratique a meditação e a sadhana, e leve seu corpo, fala e mente à maturidade através dos estágios progressivos da prática do Dharma.
Como seu espetáculo essencial, treine gradualmente no desenvolvimento e completude, e os aplique na prática.
Como seu espírito guerreiro essencial, faça oferendas constantes à divindade de sabedoria.
Como seu capelão de corte essencial, visualize o mestre-vajra no topo de sua cabeça e suplique a ele.
Como sua atividade essencial, tenha as escrituras copiadas e as dê a quem quer que precise delas.
Como seu espelho essencial, olhe para o Dharma sagrado e se esforce em fazer súplicas.
Como seu templo essencial, medite sobre o seu corpo como sendo a mandala e visualize a divindade meditacional.
Como seu ornamento essencial, treine nos quatro imensuráveis e aja pelo bem-estar dos seres, sem parcialidade ou prejuízo.
Como sua prática de Dharma essencial, descanse sua mente no não-fabricado estado inato da vacuidade e luminosidade.
Como seu samaya essencial, olhe constantemente para a sua mente e revele a pureza de sua natureza.
Como sua instrução essencial, mantenha seu caráter livre do engano e da hipocrisia, e medite sobre o conselho oral da linhagem do ouvir.
Como sua mandala essencial, incessantemente descanse a sua mente no estado inato.
Como sua visão essencial, olhe para o dharmakaya imutável e reconheça seu rosto natural.
Como sua meditação essencial, pratique a divindade meditacional do não-surgimento e se torne estável no estado inato.
Como sua conduta essencial, aja sem aceitar ou rejeitar e seja livre do apego.
Como sua fruição essencial, não procure o resultado em qualquer lugar, já que os três kayas estão inerentemente em você mesmo.
Se você praticar de acordo com isto, atingirá o estado búddhico em Sukhavati após esta vida, nascendo dentro do botão de uma flor de lótus.

Assim Padmakara deu esta profecia ao rei Trisong Detsen.


(Advice from the lotus born: a collection of Padmasambhava's advice to the dakini Yeshe Tsogyal and other close disciples. Introdução de S.E. Tulku Urgyen Rinpoche, tradução de Erik Pema Kunzang e edição de Marcia Binder Schmidt. Kathmandu: Rangjung Yeshe, 1994. Pág. 141-142.)

Khatag, a Echarpe da Felicidade - ensinamentos de Padmasambhava

Khatag, a Echarpe da Felicidade

Khatag, a Echarpe da Felicidade

Conta-se que o rei do Tibet [Trisong Deutsen], que não era buddhista, andava muito ressentido com o respeito e a veneração que o povo do Tibet mostrava para com o grande mestre indiano Padmasambhava. Parecia-lhe, na verdade, que reverenciavam mais a Padmasambhava do que a ele mesmo. Assim, o rei decidiu assegurar-se que, quando o grande mestre o visitasse, todos os chefes do país veriam aquele a quem tanto honravam render homenagem a seu rei.

No dia da visita de Padmasambhava, todos os cortesãos foram congregados para vê-lo render homenagem ao rei; este, com grande ansiedade, também esperava para conhecer o grande mestre. O altivo rei mal pôde ocultar o seu grande prazer quando Padmasambhava levantou os braços como que para prostrar-se diante do trono real; mas, ao invés disso, das mãos de Padmasambhava saíram chamas que alcançaram as roupas do rei, queimando-as em segundos. Enquanto os cortesãos tratavam de apagar as chamas a golpes, o rei, sufocado pela fumaça que subia de sua echarpe cerimonial, retirou-a dos ombros. Comprovando o grande poder do mestre o rei lançou-se aos pés de Padmasambhava em submissão, e lhe ofereceu a echarpe em sinal de humildade. Padmasambhava aceitou a echarpe, mas logo a devolveu ao rei, colocando-a ao redor do seu pescoço, como um signo de bênção e da vitória da autoridade sacerdotal sobre o poder temporal.

E assim, diz-se no Tibet, terra de poucas flores, que Padmasambhava estabeleceu o oferecimento de khatags de felicidade, como demonstração de respeito.

Khatag é uma tira comprida de tecido, geralmente branca, uma espécie de longa echarpe, que pode ser confeccionada com diferentes tipos de tecido, desde a seda até gaze atesada com pó de arroz. Literalmente significa "tecido que une" e simboliza o laço que se estabelece entre aquele que a oferece e o que a recebe.

(Jayang Rinpoche. Contos populares do Tibete: os mais belos diálogos da literatura budista.
Traduzido por Lenis. E. Gemignani de Almeida. São Paulo: Landy, 2000. Pág. 45-46.)

Do Tesouro de Jóias Preciosas para Eliminar Máculas - ensinamentos de Padmansambhava

Do Tesouro de Jóias Preciosas para Eliminar Máculas

Do Tesouro de Jóias Preciosas para Eliminar Mácu
las

No eremitério de Samye Chimpu, a senhora Tsogyal, princesa de Kharchen, implorou ao mestre Padmakara [Padmasambhava]: Por favor preste atenção, grande mestre! Apesar de você ter mostrado a uma garota não-inteligente como eu que todo o mundo e os seus seres são o dharmakaya, ainda assim minha prática do Dharma desvia-se no entendimento teórico devido à minha companhia contínua com o hábito da percepção deludida. Imploro a você: conceda bondosamente sobre mim a instrução para me permitir juntar qualquer coisa que eu faça com a natureza inata do dharmakaya!

Padmasambhava respondeu: Tsogyal, ouça! Você deve possuir estes três pontos chave quando praticar os ensinamentos do Mantra Secreto do grande veículo — o ponto chave do corpo, a postura; o ponto chave dos olhos, o olhar; e o ponto chave da mente, o modo de descansar.

Antes de tudo, em um lugar recluso, sente-se na posição de pernas cruzadas sobre um assento confortável, descanse seus braços e estique sua coluna. Se o seu corpo permanecer em seu estado original, a meditação ocorrerá naturalmente. Sem assumir a postura física, a meditação não acontece.

Em seguida, quanto ao olhar, não feche seus olhos, nem pisque ou olhe para os lados. Olhe diretamente e sem oscilar para frente. Já que a visão e a consciência compartilham uma única natureza, a meditação ocorre naturalmente. Sem o olhar correto, a meditação não acontece.

O ponto chave da mente é não deixar o estado natural de sua mente ordinária seguir padrões habituais passados, não deixá-la olhar para as atividades futuras das emoções perturbadoras e não deixá-la fabricar qualquer coisa no seu estado presente através da conceitualização. Descansando a consciência em seu estado natural, a meditação ocorre naturalmente. Se você estiver distraída ou difusa, a meditação não acontece.

Quando você deixar suas três portas descansarem em seu estado natural deste modo, todos os pensamentos grosseiros e sutis se acalmam e sua mente permanece solta em si mesma. Isso é chamado Shamatha, descansar calmamente. [Quando sua mente está] não-obstruída, sem localização e nua na lucidez espontânea, [isso é chamado Vipashyana]. Quando estes dois, em um instante consciente, permanecem vivamente claros como uma identidade indivisível, isso é chamado Shamatha inseparável de Vipashyana. Entendimento Intelectual é quando você mantém a consciência como um objeto; Experiência é quando você descobre sua não-localização; e a Realização ocorre quando estes estados de mente permanecem vivamente claros como a essência de sua prática de meditação. Isto não é diferente da realização dos buddhas dos três tempos. Não é uma fabricação baseada nas instruções profundas do lama, nem um resultado da inteligência aguda do discípulo. É chamado de chegar ao estado natural da Base.

Quando meditar deste modo, surgirão as experiências [tib. nyam] de Êxtase, Claridade e Não-Pensamento.

A consciência livre do pensamento conceitual é chamada Não-Pensamento e tem três tipos. "Nenhum pensamento bom" significa livre de apego ao meditar e ao objeto de meditação. "Nenhum pensamento ruim" é a interrupção do fluxo de pensamento conceitual grosseiro e sutil. "Nenhum pensamento neutro" é o reconhecimento da face natural do estado desperto como sendo sem localização.

Durante este estado de não-pensamento, a Claridade é não-obstruída, radiação nua do estado desperto. Há três tipos de claridade. "Claridade espontânea" é o estado de ser livre de um objeto. A "claridade original" não aparece por uma duração temporária. A "claridade natural" não é feita por ninguém.

Há quatro tipos de Êxtase. O "sentimento de êxtase" é livre das condições adversas de desarmonia. O "êxtase completo" é livre do apego à fixação dualista. O "êxtase incondicionado" é livre de causas e condições.

Quando estes três tipos de experiência surgirem, você precisará das três analogias do desapego: o desapego ao êxtase é como um louco; o desapego à claridade é como o sonho de uma criança pequena; e o desapego ao não-pensamento é como um yogi que aperfeiçoou sua disciplina yógica. Quando você possui estes três, você está livre dos defeitos da meditação.

Se você se fascinar e se apegar a estas três experiências passageiras, você se desviará para os três estados da existência. Quando se apega ao Êxtase, você se desvia para o reino do desejo; quando se apego à Claridade, você se desvia para o reino da forma; e quando se apego ao Não-Pensamento, você se desvia para o reino sem forma.

Mesmo que você pense que não está nem apegada nem agarrado a eles, você mantém um sutil apego interno. Para cortar esta armadilha, há os Nove Estados Serenos da Permanência Sucessiva, começando com os Quatro Estados Dhyana da Serenidade para descartar o pensamento do desejo. O primeiro dhyana é livre do pensamento conceitual de percebedor e percebido, mas ainda está em discernir um objeto e um ato de meditação. O segundo dhyana é estar livre do pensamento conceitual e do discernimento, enquanto ainda se fixa em experimentar o sabor do samadhi da alegria. O terceiro dhyana é atingir uma mente inamovível mas com inalação e exalação. O samadhi do quarto dhyana envolve se tornar totalmente livre do pensamento conceitual com a não-obstruída percepção clara.

Os Quatro Estados Sem Forma da serenidade eliminam o pensamento conceitual do reino da forma. Permanecendo no pensamento de que "todos os fenômenos são como o espaço", você se desvia na [esfera de percepção do] Espaço Infinito. Permanecendo no pensamento de que "a consciência é infinita e sem direção", você se desvia na Consciência Infinita. Permanecendo no pensamento de que "a cognição clara da percepção não está presente, nem ausente, e não pode ser transformada num objeto do intelecto", você se desvia na Nem Presença Nem Ausência. Permanecendo no pensamento de que "esta mente não consiste de qualquer entidade, é não-existente e vazia", você se desvia na esfera de percepção do Nada Mais. Estes estados possuem a mácula sutil de serem conceitualizações, fascinações mentais, e experiências da mente dualista.

A serenidade da cessação descarta os conceitos de todos estes estados. A cessação analítica é o cessar do engajamento das seis consciências com seus objetos, o que envolve descansar calmamente na interrupção do movimento da respiração e da mente dualista. A cessação não-analítica é chegar à sua natureza inata. Essa é a indiferença última.

Entre os Nove Estados de Serenidade, os Quatro Estados Dhyana são "o Shamatha que produz Vipashyana". Assim o samadhi destes quatro dhyanas está em harmonia com a natureza inata e é o mais eminente de todos os tipos de samadhi mundano.

Os Quatro Estados Sem Forma da serenidade são as armadilhas do samadhi. A serenidade da cessação é o samadhi pacífico de um ouvidor.

Reconhecendo estes estados você pode distinguir os diferentes tipos de samadhi, purificar as máculas em sua prática de meditação e evitar se desviar.

Os Cinco Caminhos estão incluídos dentro de três. Tendo cortado estas armadilhas e praticado uma meditação sem defeitos, você permanece serena e vivamente no Êxtase, Claridade e Não-Pensamento durante o estado de meditação. No estado de pós-meditação, as aparências surgem não-obstruidamente e são tão insubstanciais quando um sonho ou uma ilusão mágica. Você entende a natureza da causa e efeito, preenche a medida de mérito até o borda, atinge o "calor do samadhi" e assim aperfeiçoa o Caminho da Acumulação.

Praticando assim durante um longo tempo, você vê na realidade, sem localização e auto-cognitiva, a natureza presente em você mesma. Reconhecer sua face natural é o Caminho da Visão. Experienciando a aparência, o estado desperto e a vacuidade como sendo sem localização, você vê diretamente a incondicionada natureza inata. A obstrução das emoções perturbadoras é destruída em sua raiz. Realizando a causa e efeito são vazios, o samsara não tem existência sólida. Isto é chamado o primeiro estágio [do bodhisattva, o estágio] do Alegre. O estado de meditação é indivisível do estado búddhico e tudo no estado de pós-meditação surge como uma ilusão mágica.

Familiarizando-se com este estado e o sustentando firmemente, todos os fenômenos tornam-se não-duais. Reconhecendo-os como uma auto-exibição, as aparências e a mente fundem-se em um. Quando a vacuidade surge como causa e efeito, você realiza a originação dependente. Durante o estado de meditação todos os fenômenos são sem localização e presentes como a essência do estado desperto. A presença sutil das aparências objetivos durante o estado de pós-meditação é o Caminho do Cultivo.

Mantendo isto durante um longo tempo, você realizará que todos os fenômenos do samsara e do nirvana são não-duais, além do surgimento e da cessação, não-misturados e completamente perfeitos, sem localização e auto-cognitivos. O obscurecimento cognitivo desaparece totalmente e o próprio momento em que tudo desponta como a lucidez original é o Caminho da Consumação, o estado búddhico.

(Advice from the lotus born: a collection of Padmasambhava's advice to the dakini Yeshe Tsogyal and other close disciples. Introdução de S.E. Tulku Urgyen Rinpoche, tradução de Erik Pema Kunzang e edição de Marcia Binder Schmidt. Kathmandu: Rangjung Yeshe, 1994. Pág. 68-72.)

Mente Essêncial - ensinamentos de Padmasambhava

A Mente Essencial

A Mente Essencial

O rei Trisong Detsen perguntou a Orgyen Rinpoche Padmasambhava: "Grande mestre, a fim de os seres sencientes causais realizarem o resultado do estado búddhico, bem no início a visão da realização é crucial. Então quem está dotado com a visão da realização?"

O mestre respondeu: "O ápice de todas as visões é constituído pelas instruções essenciais e práticas para a iluminação. Todas as galáxias, todos os sugatas dos três tempos e das dez direções e todos os seres sencientes dos três reinos são uma realidade: eles estão incluídos na mente essencial da bodhichitta. Isso que é chamado 'mente' é não-criado e se manifesta de vários modos."

"Bem, então, qual é a diferença entre os buddhas e os seres sencientes?"

"Nenhuma além de sua realização e não-realização da mente. Desconhecido para você, o Buddha está presente dentro de você. Devido à falha em reconhecer a natureza essencial da mente, você vaga entre os seis estados da existência."

"Bem, então, qual método há para penetrar a mente?"

"Para isso, as instruções práticas de um lama são necessárias. A assim-chamada 'mente' existe como uma experiência da atenção e do conhecimento. Não observe a mente externamente, mas sim internamente. Procure a mente com a mente. Estabeleça a mente em si com a mente. Observe: onde a mente inicialmente surge, onde ela está localizada agora e aonde ela vai no final? Quanto a isto, observando por você mesmo a sua mente, nenhum lugar de origem, nenhuma localização e nenhum destino são encontrados. Não há como indicar sua natureza essencial dizendo, 'É deste modo...' Assim, não tendo exterior ou interior, e não tendo observador ou observado, a mente é a grande sabedoria primordial, livre de centro ou periferia, grande, vazia, sabedoria primordial, originalmente livre e permeando tudo. A sabedoria primordial, que é naturalmente presente em seu próprio modo de ser, não é algo criado. O reconhecimento da presença da sabedoria primordial em você mesmo é a visão. Esforce-se para penetrá-la!

"O solo e o que tem o solo é como o espaço, primordial e espontaneamente presente. É como o sol, não tendo base para a escuridão da ignorância. É como um lótus, não-manchado pelas máculas. É como o ouro, que não muda da natureza da realidade em si. É como o oceano, sem movimento. É como um rio, sem interrupção. É como uma presença, sem encontrou ou partida. É com o Monte Meru, sem se mover ou mudar."

(Citado em Naked awareness: Practical instructions on the union of Mahamudra and Dzogchen.
Karma Chagme, com comentário de Gyatrul Rinpoche, traduzido por B. Alan Wallace,
editado por Lindy Steele e B. Alan Wallace. Ithaca: Snow Lion, 2000. Pág. 109-110.)

Instruções para Yeshe Tsogyal - ensinamentos de Padmasambhava

Instruções para Yeshe Tsogyal

Instruções para Yeshe Tsogyal

Depois de me dar predições visionárias, ele [Padmasambhava] se preparou para partir nos raios do sol, mas me curvando a ele, eu [Yeshe Tsogyal] o ofereci este lamento urgente:
Alas! Alas! Senhor de Uddiyana,
Aqui um momento, indo em seguida —
Certamente esta é a impermanência do nascimento e da morte.
Como posso prender o processo do nascer e do morrer?

Alas! Alas! Senhor de Uddiyana,
Estivemos juntos por tanto tempo
E agora, em um lampejo, estamos separados —
Isto certamente é o que significa o encontrar e o partir.
Como posso permanecer sempre com você?

Alas! Alas! Senhor de Uddiyana,
No passado, você permeou todo o Tibet,
Mas agora, apenas a marca de sua presença permanece —
Certamente isto é o que é chamado de impermanência.
Como posso prender os ventos do karma?

Alas! Alas! Senhor de Uddiyana,
No passado, seu conselho reforçou o Tibet,
Mas agora temos apenas a lenda para ouvir —
Certamente isto é o que é chamado de mudança e vir-a-ser.
Como posso obter a convicção inabalável?

Alas! Alas! Senhor de Uddiyana,
Até este momento, fui sua companheira constante,
Mas agora o mestre está desaparecendo no céu,
Deixando esta mulher na cama do karma ruim.
Quem me dará a iniciação e a bênção?

Alas! Alas! Senhor de Uddiyana,
Suas palavras foram cheias de instruções profundas,
Mas agora, imortal, você se dissolve no espaço,
Deixando para trás esta mulher atada ao corpo.
A quem posso pedir para dissipar obstáculos e me inspirar?

Alas! Alas! Senhor de Uddiyana,
Por favor me conceda três palavras simples de conselho.
Olhe sempre para mim com compaixão,
Por favor se lembre do Tibet em suas preces que realizam desejos.
Então joguei treze porções de pó de ouro sobre o corpo do mestre e, enquanto eu estava lamentando em aflição, o mestre, cavalgando os raios do sol, falou para mim a um palmo acima do solo, respondendo às minhas perguntas:
Ouça, ó filha, oceano de talento,
Padmasambhava está partindo para ajudar e converter os demônios selvagens.
Este ato hábil dos três modos do Buddha totalmente perfeito
Não podem ser comparados aos estouro das bolhas humanas.
Se você estiver com medo do nascimento e da morte, assimile o ensinamento do Buddha,
E quando você controlar seus fluxos de energia e os processos de criação e realização,
Você prenderá o processo do nascimento e morte da maneira mais superior.

Ouça, ó virtuosíssima, consorte fiel,
Padmasambhava está partindo para o bem de todos os seres.
A compaixão que tudo abraça e que não discrimina
Não pode ser comparada ao véu de delusão da humanidade.
Para estar comigo sempre, pratique o Guru Yoga
E as aparências idealizadas surgirão como o lama;
Não há melhor maneira de evitar o encontrar e o partir.

Ouça, ó senhora atraente e cativante,
Padmasambhava está partindo para a conversão abnegada dos outros.
Este ser supremo e imaculado, em quem a matéria se dissolveu,
Não pode ser comparada aos seres humanos dirigidos pelo karma ruim.
Preenchi o Tibet com discípulos e siddhas;
Medite sobre o mahamudra para obter o insight na impermanência
E o mundo fenomenal, samsara e nirvana, estará livre assim como ele é;
Não há melhor maneira para prender o vento do karma.

Ouça, ó senhora fiel, eternamente jovial,
Padmasambhava está indo ensinar nos reinos dos demônios selvagens.
Este supremo corpo-vajra, imune à mudança,
Não pode ser comparado ao ser humano golpeado pela doença.
Preenchi o Tibet, acima e abaixo, com o ensinamento do Buddha,
E se você o louvar e meditar, o ensinamento não será perdido;
O estudo, a contemplação e a meditação sustentam a doutrina do Buddha.
O bem para si e para os outros é espontaneamente realizado;
Não há maneira mais profunda de evitar a mudança e a decadência.

Ouça, ó fiel garota de Kharchen,
Padmasambhava está partindo para os campos da luz de lótus.
Inspirado pela aspiração dos sugatas do passado, presente e futuro,
Não posso ser comparado aos seres humanos perseguidos pelo senhor da morte.
Você, mulher, após atingir o siddhi, possui um "super-corpo";
Então, peça à sua mente superior pela bênção e iniciação:
Não há outro regente superior de Padmasambhava [além desta mente superior].

Ouça, ó Yeshe Tsogyalma,
Padmasambhava está partindo para o lugar do êxtase puro.
Esta divindade imortal, permanecendo em um corpo de vacuidade,
Não pode ser comparada aos seres humanos com corpo e mente divididos.
Tsogyal foi liberada pelos profundos preceitos secretos;
Medite sobre a grande perfeição para extinguir a corporealidade
E, através da absorção meditativa e das preces, dissipe os obstáculos e ganhe inspiração;
Não há melhor maneira de remover obstáculos à compaixão do lama.

Ouça, ó realizada Brilhante Luz Azul,
Dei a você muitos conselhos e instruções no passado,
Todos os quais comprimidos nesta injunção final —
Pratique o Guru Yoga.
Um palmo acima de sua cabeça, sobre um lótus e lua,
Em uma expansão de luz de arco-íris,
Senta-se Padmasambhava, o lama de cada um,
Com um rosto e duas mãos, segurando um vajra e um crânio,
Vestindo uma túnica, um colete, uma camisa e um xale,
Um xale externo e um manto solto,
Indicando sua completude perfeita dos seis veículos da prática,
Adornado com um chapéu, pena de abutre e brincos,
Em postura de lótus, irradiando luz,
Dotado com as oitenta marcas e sinais ideais,
No meio de dakinis vislumbrantes de luz quíntupla de arco-íris,
Brilhantes, incandescentes, claras com a luz da mente.
Quando esta visão estiver distinta, tome a iniciação e permaneça em absorção;
Se a visão não estiver clara, medite com diligência.
Então, conte o guru siddhi mantra essencial e quintessencial,
E finalmente, integrando o lama com as suas três portas,
Compartilhe o mérito e rogue para atingir a natureza do próprio lama,
E se banhe na esfera semente do potencial puro da grande perfeição.

Não há nada melhor do que isso, Tsogyalma,
E não há aumento ou diminuição de minha compaixão;
É impossível quebrar meu feixe de compaixão brilhando sobre o Tibet;
Estou sempre presente diante de meus filhos que rogam a mim;
Nunca estou separado dos fiéis.
Para as pessoas com conceitos, eu estou velado, apesar de fisicamente presente;
A compaixão contínua reforça meus filhos com a visão clara.
Assim, no futuro, no décimo da lua,
Padmasambhava virá cavalgando no senhor do dia,
Em formas pacíficas, enriquecedoras, dominadoras e destrutivas,
Durante os quatro quartos sucessivos do dia,
Para dar o siddhi correspondente aos meus filhos espirituais.
Do mesmo modo, aparecerei no décimo dia da lua minguante
Para realizar, em particular, todos os atos dominadores e destrutivos;
No décimo quinto dia da lua, cavalgando os raios da lua,
Moverei as profundezas do samsara com minha prece compassiva,
Esvaziando os reinos inferiores sem exceção,
Trabalhando perfeitamente com poder pelo bem dos outros.
No oitavo da lua, após a queda da noite e antes do amanhecer,
No pôr do sol e no nascer do sol, cavalgando meu sábio cavalo de batalha,
Viajando através dos lugares de poder do mundo,
Concederei vários siddhis:
Na terra das demônias viciosas, girarei a roda do ensinamento;
Para todos os seres das vinte e umas ilhas bárbaras
E das trinta terras mais selvagens,
Para pacificar, enriquecer, dominar ou destruir,
Emanando como fogo, vento ou água,
Como céu, arco-íris, terremoto ou trovão,
Despacharei um milhão de emanações para guiá-los para a felicidade;
Não haverá interrupção ao meu trabalho pelos seres.

Você, mulher, a partir daqui, viverá mais do que cem anos
Para atingir a felicidade para todos os seres do Tibet.
Após cem anos mais um, você poderá vir para Ngayab Ling
E, inseparável de Padmasambhava, protegerá seus discípulos.
"Detentora do Conhecimento Irradiando Luz Azul" será o seu nome
E para sempre o seu corpo, fala e mente serão unos comigo.
Tendo preso o processo de nascimento e morte, com os ventos do karma suprimidos,
Você projetará emanações para o bem dos seres futuros.
Na terra do Tibet, suas emanações continuarão para sempre,
Sem fadiga ou arrependimento, trabalhando belo bem-estar dos seres.
Assim seja composta, Tsogyalma!
Você e eu nunca nos separaremos.
Mas no plano relativo, adeus!
E através de minha prece compassiva, possa o Tibet ser feliz.

(Dowman, Keith. Sky dancer: the secret life and songs of the Lady Yeshe Tsogyel.
Ilustrado por Eva van Dam. Ithaca: Snow Lion, 1996. Pág. 126-131.)

O que aprendemos nos 4 primeiros níveis de Lótus

Nível 1 - Aprendemos as técnicas do perdão, de purificação da aura e de nosso ser, da alegria, da conexão com Deus, dos 3 primeiros selos, sobre Kwan Yin, sobre a aplicação da energia búdica para cura e para meditação, remoções das ilusões, desapego, 4desamarração.

Nível 2 - Aprendemos sobre a energia de Nossa Senhora, Maria, e a Lótus, como manifestação da Grande Mãe e sobre os chakras, sua relação com os 7 niveis da vida da pessoa e sobre o poder das rosas e como meditar e tratar com as rosas etericas.

Nível 3 - Aprendemos sobre as 33 principais manifestações de Kwan Yin e seus poderes, sobre como sentir Kwan Yin atuando através de nós, abençoando, tratando, iluminando. Cada uma com seu dom e uma energia diferente.

Nível 4 - É o nível que aprendemos a invocar e contar com o auxilio dos Guardiões e saber quem são. Aqui aprendemos a cortar energias negativas e densas, aparatos e coisas que tornam prejudicam pessoas e lugares, assim como ancorar a energia sutil para que mude a auxilie na nossa vida material.

Sensei - habilita a ensinar os 4 níveis e liderar grupos de pratica
, é uma entrega de trabalho e vida a Kwan Yin. Um sensei nunca ganha pelas aulas de Lótus que ministra.

Nosso caminho

Sobre caminhos - muitas vezes nos distanciamos do nosso caminho porque não sabemos qual é este, por que não conhecemos a linguagem da nossa própria alma ou porque a sociedade nos considera inadequados. Algumas pessoas chegam a ficar tão diferentes da sua carta natal astrologica que pensam estar a carta errada, mas até um cãozinho ativo devidamente adestrado perde sua natureza. Para ouvir nossa alma devemos lembrar do que gostamos, e do que amamos. Quando deixei os estudos jurídicos foi porque amava os estudos espirituais, mas pense, muitas pessoas não consideravam isso uma profissão. O que amamos é sempre uma pratica, uma atividade, mesmo que as vezes tenhamos uma profissão que custeie a base para que possamos exercer o que amamos. Nossa alma precisa se libertar de pesos como medo, condicionamento e crenças para poder viver o que ama. E se você não sabe o que ama, observe seus gostos, sua infância, ou ore a Deus pedindo que lhe mostre o caminho ao invés de reclamar sem fim por uma vida infeliz. O primeiro passo é voltar a sentir e começar pelo pequeno e realizável, mesmo que sejam 5 minutos sem se preocupar, apenas olhando o horizonte.

O que é um guardião?




Um guardião do dharma (termo budista) ou guardião da lei Divina (termo da umbanda) é um desencarnado, seja de que natureza for (humana ou não) que atua em faixas frequenciais mais densas protegendo, purificando, combatendo, um verdadeiro soldado a serviço da ordem cósmica. É chamado de guardião do dharma porque são eles (e também elas) que evitam ataques espirituais desde a sua casa até a grandes templos e também a proteção individual de pessoas. Eles podem cumprir sua missão por afeto ou admiração, cuidando de alguém que é ou já foi ligado a eles, ou por designação de seus superiores de classe (não como no exercito, mas mais por função e antiguidade). O mais importante de tudo isso é saber que são pessoas. Muitos seres tem medo deles, pois tendem a se manifestar num azul  ou roxo muito escuro que parece uma nuvem de fumaça negra, mas na verdade esta energia que os envolve é o que viabiliza tocarem em segurança e se manifestarem em lugares extremamente densos sem se contaminar. Até muito pouco tempo atrás os médiuns viam isso como capas pretas e os médiuns budistas como auras de fogo. Certa vez perguntei a Ungyo porque de sua face medonha e a explicação não foi a que vemos da literatura, ou seja, não era deformidade de seu longo carma, ele disse: “- ora você não quer que sejamos bonitinhos para um mago negro nos chamar de chuchuzinhos....” e riu. Ele disse que se manifesta da maneira que quer.
Vemos no nosso material de Lótus 4 o amado Vajrapani, um guardião já boddhisatva que pode vir em sua aparência budica lindo em azul brilhante sobre um Lótus ou na sua aparência que os budistas chamam de irado, com cara de bicho e no meio do fogo.
Guardiões são antigos soldados, generais, reis, barões, policiais, protetores, samurais, o segurança da danceteria da esquina. É uma atividade como outra no astral e que ajuda a depurar as densidades deles também como fazer caridade curando. Mas muitos destes servidores o fazem porque gostam e nunca foram na crosta da terra nada ligado a proteção, poderiam ser uma costureira e também nem todos tem um carma a ser curado, pois como vemos na obra de Angelo Inácio (por Robinson Pinheiro) e por Siddharta Gauthama na sua sutra do Lótus alguns guardiões são espíritos que escolheram auxiliar na evolução planetária através deste grupo. O anjo da guarda é um guardião comum a quase todas as crenças.
Um erro comum é ter preconceito com eles. Precisamos deles e muito, pois sem eles não aconteceria uma sessão de desobsessão num centro espirita, descarrego num cetro de umbanda, ou expurgo numa igreja evangélica, ou puja num centro indú ou budista.
Na história da humanidade temos 4 guardiões muito famosos: São Miguel arcanjo, São Jorge, Bishamonten (senhor chefe dos guardiões do Dharma e do elemento éter) e Senhor 7 (ou Exu das 7 encruzilhadas). Todos atuam para o mesmo fim e como Bezerra de Menezes que empresta seu nome a muitos médicos que atuam no plano do espirito também emprestam seu nome para muitos seres do astral. Vemos na literatura pessoas contando a vida do Senhor 7, é que muitos desencarnados atuam sob a bandeira de Senhor 7. Ah! Se ao ler isso vc ficar com alguma gota de preconceito, então pense que está fazendo bullying astral, ou seja, esta descriminando alguém que tem por missão ajudar você. Os Guardiões tem o dom de transformar oferendas em substancias moldáveis para criar campos que necessitamos. Os da Lótus preferem água e flores para usar de matéria, mel também. Quem atua muito com eles por ser um guardião do Dharma é o Yohar. Assim a remoção de energias e seres densos, a proteção de uma espaço sempre peço para ele fazer. Como saber se alguém é guardião? Simples, são naturalmente protetores e adoram espadas e lutas e tal, mas ao mesmo tempo são detentores de grande coração. É um mito achar que alguém não pode ser um guardião iluminado. O budismo veio para mostrar isso. Espero que o resultado da exposição do espiritismo e da umbanda ao budismo resulte numa visão espiritual nova e muito rica.
“Sou guardiã da Luz a muitos milênios. Amo o que sou. Venho sempre que a clareza seja a necessidade e atuo junto as milícias celestes. Crio cinturões de luz nos lugares mais densos, assim me chame para criar a luz em sua casa ou na sua cidade, ou prédio, o que for, na sua aura. Clareza é algo que se precisa para viver e pensar. Com amor a todos” Astrea – 17/09/2013

Estudamos e recebemos a iniciação na linhagem dos guardiões no Lótus 4

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O que é um tulku?

Na nova novela das 18:00 que espero que todos assistam pois será uma aula mesmo para não budistas (cultura e história é importante desde o ensino fundamental), teremos uma Tulku uma menina reencarnação de um mestre "Lama" budista. Um tulku (tibetano: སྤྲུལ་སྐུ; Wylie: sprul sku; ZWPY: Zhügu; também grafado tülku ou trulku) é, no budismo tibetano, um lama que conseguiu, através da phowa (transferên...cia de consciência) e da siddhi (benção), escolher conscientemente ser reencarnado, às vezes por mais de uma vez, de maneira a continuar seu juramento de bodisátva. O mais famoso exemplo é a linhagem dos Dalai Lamas; o atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, é tido como a décima-quarta encarnação, o primeiro sendo Gendun Drup (1391–1474). Na tradição vajrayana acredita-se que a linhagem mais antiga de tulkus seja a dos Karmapas (líderes espirituais da linhagem de Karma Kagyu), que se iniciou com Düsum Khyenpa (1110-1193). Os Tulkus são pessoas que reencarnam e são identificadas por outros mestres, diga-se que para isso o espirito antes de nascer resolveu permanecer na linhagem, caso contrario ele não chega nela, seus mentores o desviam, se quiser continuar seu trabalho de outra forma. No Brasil ja temos o exemplo de Chagdud Tulku Rinpoche, que fundou o templo de Três Coroas. São siddhis altas escolher conscientemente sua reenccarnação, pois a maioria das pessoas a faz na "colonia" ou em lugares densos. Mas muitos mestres vieram do oriente e não pertencem a linha tibetana assim estão por ai, alguns foram para umbanda, outros viraram padres, ou tecnicos em informática....depende do que vieram fazer. Os Mestres da Lótus vem do Japão da epóca do shogunato do sec 17, 18, 19 e 20 e alguns da Malasia e Hong Kong. Pois houveram muitas chacinas com mestres budistas nestes locais e estes vieram para as colonias espirituais daqui ou as ilhas flutuantes, colônias vieram inteiras para região do Brasil onde poderiam ser livres para praticar e estudar. O Brasil é o pais mais livre do mundo em termos de espiritualidade e por isso também acaba sendo o que vai mais crescer. Reconheço ja na primeira aula quem esteve comigo em outras vidas. As vezes até lembrarem o "sensei" (termo japonês pra lama) fica achando que vi coisas demais, ai vem Kwan Yin e começa seu trabalho...com tempo a pessoa vai despertando de seu sono, lembrando do que aprendeu e viveu para ensinar aqui junto com o que o mundo oferece hoje, pois reencarnamos para renovar com a sabedoria do ontem fazemos um novo bolo, uma nova receita. Os espíritos evoluem e estudam assim, passando por várias religiões e conhecimentos, várias culturas e renovando tudo, aqui e no que chamamos de astral. Eu sou, uma Mestra que fui uma adolescente bem comum, só quem sabia quem eu era foi meu Mestre Chagdud Tulku, e algumas pessoas que cruzaram meu caminho como a benzedeira Dna Ceci, que avisou minha mãe sobre isso quando eu tinha apenas 16 anos. Se eu lembro de tudo? To lembrando, to lembrando.... mas estudando, estudando...pois o mundo não é o do Japão de Meiji e sim do Japão de computadores e tal.....
Beijo a todos com amor de Kwan Yin!